sábado, 20 de fevereiro de 2010

blue pants

As pernas paralelamente inclinadas para  direita. Tentando fugir do que para ele já se tornara inevitável. Alguém implorando pela vida, a face assustada, talvez até um clamor por Deus. Supostas impressões de um rosto que eu não pude ver. Posso dizer o que pensei (e penso) e tenho certeza. A vulnerabilidade, a impotencia perante aquela vida nua no momento de sua morte. A imagem de um corpo que não sai da minha cabeça. Porque, principalmente, era alguém que queria viver.

A linha tênue entre a vida e amorte.
O minuto do respiro é o mesmo minuto do último suspiro (o segundo!).
Numa fração de tempo passamos de pouco a pó.
De  concretos a quase imateriais.
A imagem restante é apenas o medo ou o susto estampado no rosto.
Isso é a morte. O temor de uma vida que se esvai num segundo.

Os sentimentos e tudo que evitamos por toda a vida, seja ela curta ou longa.
Não existe fuga!
Enganamo-nos por anos, até termos reduzidos a nada, em nossos últimos momentos uma multidão de pensamentos.  Pretensões.
De uma vez só.
Por tanto nos achamos poderosos, inatingíveis, e inteligentes.
Por pouco só o que resta é a imagem medíocre de corpos se arrastando ao chão implorando vida tal como vermes rastejantes.


Se eu tenho medo?
Não, em nada me assusta.
Não agora.

5 comentários:

  1. Já disse que eu adoro teu blog?
    ieoieoieoeioe.
    Amei esse teu texto..

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  2. Nossa, adorei teu blog, o texto é lindo! Parabens!!!

    Beijos

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  3. hum q moça corajosa... :D
    eu tmb não tenho medo. Tenho medo sim de perder quem está ao meu redor, mas não tenho medo de "me perder". Também, não agora... hehehe
    Adoro essa sua inspiração barroquiana, desculpa a demora lindinha ;)
    Bjo!!!

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  4. PALMAS! PALMAS E MAIS PALMAS!

    PERFEITO! ^^

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