Vergonha

Tenho estado muito muito triste.
Eu geralmente tenho vergonha de declarar minha tristeza assim, tão publicamente, mas não dá mais.
Eu não consigo mais esconder dentro de mim, por que transborda.
Eu sempre tentei ser fazer e dar o melhor, mas as pessoas parecem sempre querer mais, e nunca conseguem se satisfazer com aquilo que você tem a oferecer.
Eu sinto um nó gigante na minha garganta enquanto eu escrevo isso, por que eu nunca peço pra ninguém me entender, e agora eu só queria que tentassem me aceitar como eu sou, e eu só queria que não me julgassem, nem me jogassem pedras dessa forma tão agressiva que vem acontecido.
Eu não costumo dar muitos detalhes das coisas que eu escrevo aqui, e esse post vai continuar assim, porque eu não me sinto tão confortável pra dizer com todas as letras quais são os meus problemas.
Eu só sei que tenho me sentido injustamente punida por algo que não posso renunciar: minha essência de ser.
É inerente a mim sentir tanto e falar tão pouco, é inerente a mim me sentir tão responsável pela felicidade e satisfação dos outros.
Agora, eu mesma me puno por ser assim. Por que não existe satisfação para aqueles que sempre querem mais.
Você faz tudo o que pode, e pede em troca uma migalha de compreensão, um fragmento de solidariedade.
Mas o que tem pra receber são dedos apontados dizendo o que você deve fazer. Por que?
Acho que tem pessoas que nasceram para viver para os outros e não para si mesmas.
E tem pessoas que nasceram pra destruir uma vida a ponto de poderem usa-lá como instrumento para suas inalcançáveis satisfações pessoais.
Eu nunca me puni tanto como eu me puno agora.
Me puno por ter sido durante tanto tempo assim. Manipulada.
E eu nunca fui tão punida na vida como tenho sido agora.
Punida por pereceber que antes de viver pra outra pessoa, minha existência existe para mim.
Se eu tivesse percebido antes.
Mas agora é tarde.
Qualquer escolha impugna sofriemnto e tristezas.
Tristezas estas, que incorrem em um medo tão grande que chega a me deixar sem ar.
Em pânico. Desesperada.
Eu sou fraca para confrontar aos outros.
Eu queria ter coragem pra isso.


Com esse nó na garganta, engolindo em seco lágrimas que talvez jamais serão compreendidas.
A solidão me mata. Eu queria alguém pra me salvar desse buraco que minha covardia me faz afundar.